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Presidente da Fecomércio fala na Câmara dos Deputados sobre alteração na Lei das MPEs
Publicado em 10 Abril de 2014
Presidente da Fecomércio fala na Câmara dos Deputados sobre alteração na Lei das MPEs

O presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, foi um dos líderes empresariais nacionais convidados a falar, na manhã desta quarta-feira, dia 9, na comissão geral da Câmara dos Deputados criada para debater projeto de lei complementar que atualiza a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Segundo o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o projeto deverá ser colocado em votação no dia 29 de abril.

Breithaupt destacou os avanços contidos no texto aprovado no ano passado pela Comissão Especial que analisou as alterações à Lei Complementar 123/2006, como a universalização do Simples; a exclusividade da participação das empresas do Simples nos processos licitatórios na modalidade convite; e o fim da incidência de juros e correção monetária nas recuperações judiciais das empresas enquadradas no regime.

O presidente da Fecomércio apresentou também duas propostas que constam da Cartilha do Simples lançada pela entidade em agosto do ano passado, durante audiência pública promovida em conjunto com a Comissão Especial. A primeira, de acordo com Breithaupt, é a expansão imediata do teto do faturamento para enquadramento das MPE. "A inflação tem transformado este teto em repressor de crescimento econômico. Sugiro a adoção de uma metodologia para correção monetária, e vinculação do teto ao crescimento do PIB", disse.

A segunda proposta é a revisão da questão da Substituição Tributária. "Ao retirar a ST do Simples, os produtos listados nas exceções impactam diretamente alguns setores comerciais de Santa Catarina e de vários Estados brasileiros, que continuarão vivendo o mesmo problema de bitributação e aumento de incidência tributária. Setores do comércio como o farmacêutico, o de autopeças, o atacadista de bebidas, o de bares e restaurantes e o supermercadista continuam total ou parcialmente prejudicados", afirmou.

Leia a seguir, na íntegra, o discurso do presidente da Fecomércio:

"Excelentíssimo senhor deputado Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara;
Excelebtíssimo senhor deputado Armando Vergílio, presidente da Comissão Especial que visa propor alterações a Lei Geral da Microempresa, em nome do qual cumprimento todos os senhores deputados e deputadas aqui presentes;
Excelentíssimo senhor ministro de Estado das Micro e Pequenas Empresas, Guilherme Afif Domingos;
Senhor presidente do Sebrae Nacional, senhor Luiz Barreto;
Senhoras e senhores,

Gostaria primeiramente de parabenizar a Câmara dos Deputados pela iniciativa de abrir ainda mais este debate, que tem implicações jurídicas, políticas e econômicas em todo setor produtivo nacional. Agradeço também à bancada catarinense aqui em Brasília, sempre receptiva às demandas da Fecomércio SC neste e nos mais variados temas que tramitam no Congresso e na política brasileira. Quero fazer também um agradecimento especial ao deputado Jorginho Mello, ao protocolar o pedido que nos permite honrosamente ocupar neste momento essa tribuna e defender os interesses do comércio de bens, serviços e turismo, e das micro e pequenas empresas em geral.

Senhor Presidente, senhores deputados, ministro e demais autoridades: o empreendedorismo ocupa papel chave no desenvolvimento de qualquer sociedade. Ele é a face criativa dotada de poder para transformar a realidade de pessoas e comunidades, é o elemento chave que impulsiona o desenvolvimento de um país. Em uma sociedade de mercado como a nossa, o empreendedorismo se manifesta na criação de novos negócios, na transformação de ideias em empresas. Se hoje temos empresas multinacionais, que operam em diversos segmentos e mobilizam um contingente enorme de pessoas e capitais, estas empresas já foram pequenas, produto da ideia inicial e do trabalho de seus idealizadores.

Assim, a promulgação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa significou um marco muito importante para o desenvolvimento econômico do país. A partir dela, temos que o universo das MPEs no Brasil aponta para uma fatia de 20% do PIB nacional, cerca de 52% dos empregos com carteira assinada, 40% da massa salarial nacional e praticamente 99% do total de empresas no país. Esses são dados que demonstram a importância do tratamento diferenciado as Micro e Pequenas Empresas, incentivo nos âmbitos fiscal e tributário, simplificando e desburocratizando a atividade empresarial, bem como facilitando acesso aos mercados e a justiça.
O texto aprovado pela Comissão Especial que analisou as alterações à Lei Complementar 123/2006, ainda no ano passado, apresenta avanços inegáveis como:
1) a inclusão de todas as atividades econômicas que não podiam adentrar no regime, que significa a universalização do Simples;
2) a exclusividade da participação das empresas do Simples nos processos licitatórios na modalidade convite, acrescido 50% no valor limite deste tipo de licitação;
3) fim da incidência de juros e correção monetária nas recuperações judiciais das empresas enquadradas no regime.

Estas e outras propostas de alteração constam na Cartilha do SIMPLES Nacional, que a Fecomércio de Santa Catarina lançou em agosto do ano passado, quando realizamos em parceria com a Câmara dos Deputados, uma Audiência Pública da Comissão Espacial desta Casa, e pudemos contar com a presença de vários dos senhores e outras tantas lideranças políticas e empresariais. Este documento possui uma analise criteriosa do tratamento diferenciado até o momento, bem como das alterações necessárias ao regime e as proposições legislativas que já tramitam neste sentido.

Destaco, para finalizar senhor Presidente, outras duas propostas que constam na Cartilha da Fecomércio. Já o fizemos a Comissão Especial e ora estendemos a esta Comissão Geral.

A principal delas é a expansão imediata do teto do faturamento para enquadramento das MPE. A inflação tem transformado este teto em repressor de crescimento econômico. Sugiro a adoção de uma metodologia para correção monetária, e vinculação do teto ao crescimento do PIB. Combinando essas duas medidas, estaremos de verdade impulsionando o desenvolvimento econômico do país por intermédio do tratamento diferenciado.
Também é preciso rever a questão da Substituição Tributária. É necessário salientar que, apesar do avanço do texto que hoje consta no Plenário aguardando inclusão na ordem do dia ao retirar a ST do Simples, os produtos ainda listados nas exceções impactam diretamente alguns setores comerciais de Santa Catarina e de vários Estados brasileiros, que continuarão vivendo o mesmo problema de bitributação e aumento de incidência tributária. Setores do comércio como o farmacêutico, o de autopeças, o atacadista de bebidas, o de bares e restaurantes e o supermercadista continuam total ou parcialmente prejudicados. Sendo assim, senhor Presidente, considerando o impacto trazido pela ST às empresas optantes do Simples Nacional, que praticamente inviabiliza o benefício tributário concedido às mesmas, entendo como absolutamente necessária a exclusão do recolhimento antecipado do ICMS nas operações das empresas incluídas no regime, conforme versam inclusive algumas matérias que tramitam no Congresso Nacional.

Concluo, senhor Presidente, com a intenção de trazer ao debate temas que ainda precisamos avançar mais, mas com a certeza de que nenhum retrocesso pode sofrer este texto que consta no Plenário. É fundamental que a Câmara não ceda as pressões do Executivo, desfigurando ou não aprovando esta matéria. Vamos aprovar este texto, para que o tratamento diferenciado seja uma realidade nas Micro e Pequenas Empresas e uma política de desenvolvimento econômico para o Brasil.

Muito obrigado!"

 





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